terça-feira, 31 de maio de 2011

Sem conclusão

 Um ponto final você colocou, as margens, sua legibilidade você rasurou , mostrei todos os sentimentos, os mais profundos, maiúsculos, minúsculos, cursiva e bastão, mesmo assim ainda deixou minha cabeça cheia de interrogações, todos os verbos, entrarão na sua classificação e foram conjugados naquela hora, chorei, falei, implorei, e você não quis escutar, disse que meus argumentos estavam sem coesão, fracos, e sem semântica nenhuma, que mudava muito de assunto e minhas frases estavam totalmente ambíguas, me sentir naquela hora uma construção vazia de sentidos, sem apresentar predicados que te interesse, e sem conseguir apontar o sujeito da relação, estava oculto, tinha um desvio de gênero notório no nosso texto, nem você, nem eu sabíamos o que realmente queríamos, cadê aquele foco textual que planejávamos anos atrás, tudo agora encontrava subjetivo, colocamos um parêntese em todo a historia, e perdemos tudo nas reticências, durante todo esse tempo, sua repetição de palavras confundiam toda a minha conjunção, toda aquela historia de preposição, advérbio, foge totalmente da nossa adequação, todo aquele adjetivo você não quis mais enxergar, apontou novamente o sujeito, e mais uma vez ele se fez indeterminado, deixando todo o texto sem tempo verbal, mesmo depois de tentar te convencer que toda a ortografia estava errada, você quis partir, e foi nesse momento que me vi sem conclusão, estava totalmente vazia e desarticulada, e se foi com o mesmo ponto final que começou.